Por Sandy Mendes, repórter da Agência Dominium

O segundo painel do Fórum de Líderes em Energia, intitulado “Resiliência Upstream em um Cenário de Transformação”, foi realizado nesta terça-feira (9), no Rio de Janeiro, e reuniu especialistas para discutir os caminhos do Brasil diante dos desafios impostos pela transição energética. Participaram do debate representantes de instituições públicas e privadas do setor de petróleo e gás natural.

Pietro Mendes, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), destacou a importância de manter a produção nacional, inclusive em áreas de novas fronteiras, como estratégia de segurança energética.

“Parar a exploração e produção no Brasil não faz sentido. Se exportarmos esse petróleo, as emissões vão para quem consome. Nosso foco deve ser atacar a demanda, não a oferta”, afirmou.

Segundo ele, o país possui uma das menores taxas globais de emissões de CO₂ por barril produzido, o que reforça a vantagem competitiva brasileira nesse processo. “Evitar a produção aqui é aumentar as emissões globais”, completou.

Mendes também criticou as taxações aplicadas por países como os Estados Unidos, apontando que tais medidas comprometem o desenvolvimento do setor: “A percepção do governo brasileiro é de que essas taxações e seus desdobramentos são negativos tanto para o setor energético quanto para a própria transição energética e o desenvolvimento sustentável”, disse.

A diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, reforçou o papel estratégico do país na oferta de hidrocarbonetos de baixo carbono e destacou a importância da estabilidade regulatória para atrair investimentos.

“O regulador precisa oferecer previsibilidade. Vivemos uma década marcada por choques — pandemia, conflitos armados e, agora, um cenário protecionista em política energética. Reconhecer nosso potencial é essencial”, afirmou.

Para ela, o futuro não será livre de carbono, mas sim baseado em uma matriz mais diversa e sustentável. “Precisamos mostrar que estamos criando as condições necessárias para o investimento”, concluiu.

Os debates promovidos pelo Fórum de Líderes em Energia destacam a maturidade com que o setor brasileiro de óleo e gás vem encarando a transição energética.

O Monitor Energia do Futuro é parceiro do Fórum de Líderes em Energia. Acompanhe a cobertura completa e fique por dentro dos principais debates do setor.

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